Reverencia no culto

Leitura: Hb 12.18-29

Vocês não foram como o povo de Israel. Vocês não chegaram perto de alguma coisa que se pode tocar, como o monte Sinai com o seu fogo destruidor, a escuridão e as trevas, a tempestade, o barulho de trombeta e o som de uma voz. Quando os israelitas ouviram a voz, pediram que ela não dissesse mais nada, pois eles não podiam suportar a ordem que dizia: “Até um animal, se tocar o monte, deverá ser morto a pedradas. O que estavam vendo era tão terrível, que Moisés disse: “Estou tremendo de medo! Pelo contrário, vocês chegaram ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial com os seus milhares de anjos. Vocês chegaram à reunião alegre dos filhos mais velhos de Deus, isto é, daqueles que têm o nome deles escrito no céu. Vocês chegaram até Deus, que é o juiz de todos, e chegaram também aos espíritos dos que são corretos e que foram aperfeiçoados. Vocês chegaram até Jesus, que fez a nova aliança e que borrifou o sangue que fala de coisas muito melhores do que o sangue de Abel. Portanto, tenham cuidado e não recusem ouvir aquele que fala. Aqueles que recusaram ouvir a pessoa que entregou a mensagem divina na terra não puderam escapar. Por isso muito menos escaparemos nós se rejeitarmos aquele que lá do céu nos fala. Naquele tempo a voz de Deus fez com que a terra estremecesse, mas agora ele prometeu isto: Mais uma vez farei com que trema não somente a terra, mas também o céu. As palavras “mais uma vez” mostram bem que as coisas criadas serão abaladas e mudadas, para que as que não podem ser abaladas continuem como estão. Por isso sejamos agradecidos, pois já recebemos um Reino que não pode ser abalado. Sejamos agradecidos e adoremos a Deus de um modo que o agrade, com respeito e temor. Porque, na verdade, o nosso Deus é um fogo destruidor.”

No Brasil, observamos um forte crescimento no número de membros das igrejas, em todas as denominações. E com isso também crescem os problemas. Hoje, as igrejas têm vivido problemas semelhantes. É comum ouvirmos pastores comentando que os membros estão dispersos, que conversam durante o culto, a falta de disciplina por parte até mesmo daqueles que atuam como líderes dentro da Casa de Deus.
Alguém já ouviu falar em ordem e decência? Na Bíblia encontramos essa frase poderosa que diz que o culto deve ter ordem e decência. Não é uma frase de efeito solta no meio da Bíblia. Pelo contrário, ela mostra exatamente como deve ser um culto a Deus.

Vivemos na era da irreverência. Tudo pode ser zombado, satirizado e distorcido. Há uma urgente necessidade de resgatarmos o respeito e reverência para com Deus e Sua palavra.

O que vem a ser essa palavra: reverência?

Re.ve.rên.cia sf (lat reverentia) 1 Ação de reverenciar. 2 Respeito às coisas sagradas. 3 Movimento do corpo para saudar especialmente aos santos, o qual consiste em inclinar a cabeça e o corpo ou dobrar um pouco um ou ambos os joelhos. 4 Tratamento dado aos sacerdotes. 5 Acatamento, respeito, veneração. 6 Atenção, consideração. Antôn (acepções 2 e 5): irreverência.*

Por que ter reverência?


Porque Deus É SANTO (Sl 111.9-10; Ap 15.4; Is 6.3; 40.25). Se estamos na presença de um Deus Santo, o momento é de respeito (Ec 5.1). A visão da santidade de Deus proporcionou a Isaías uma idéia de sua própria pecaminosidade (Is 6.1-5).

Sendo o nosso Senhor Santo a sua casa é santa (Sl 93.5). O Lugar onde Deus está se torna santo (Ex 3.4-5; Js 5.15). Muitos estão agindo como Jacó, ignorando a presença divina onde estão (Gn 28.16,17).

O mesmo temor e reverência a Deus exigido no AT, são requeridos da igreja No NT. A Bíblia nos ordena que sirvamos ao Senhor em reverência (Hb 12.18-29). As igrejas eram edificadas andando no temor do Senhor (At 9.31). Pedro nos recomenda: “Andai em temor na vossa peregrinação” (1Pe 1.17)

Dar toda a nossa atenção ao Senhor no momento do culto?

Devemos estar no culto com toda a nossa atenção voltada para o Senhor. A nossa atenção geralmente está presa à importância que damos às coisas. Quando valorizamos, prestamos muita atenção. Ex.: TV, internet, conversa com os amigos, etc. Dentro desse raciocínio responda; O que te leva a não dar atenção nos cultos ao Senhor? A presença do “convidado principal da festa” como você diz ou canta está sendo valorizada ou ignorada? Quando mostramos reverência, o inimigo é envergonhado (Tt 2.7,8). Quando não, envergonhamos a igreja (1 Co 11.22).

Não há dúvida de que se amarmos a Deus, teremos reverência, e reverência significa mais do que dar louvores ou ajoelhar-nos quando oramos. Na verdade, não podemos reverenciar a Deus sem obedecer-Lhe. Muitos aceitam facilmente a Jesus como salvador, mas nem todos querem aceitá-Lo como o Senhor de suas vidas (Ec 12.13; 1 Jo 2.4; Jo 14.21)

Saiba que é possível mudar essa situação, e não depende do pastor ou de qualquer outro líder. Só depende de você. Pense: a igreja é um lugar onde buscamos adorar e cultuar a Deus, mas também é um lugar de refúgio onde a presença de Deus nos alivia das preocupações, ajudando-nos com os problemas que o mundo secular nos impõe diariamente.

Entenda uma coisa: Deus dá o primeiro passo, indicando a forma como Ele, deve e quer ser adorado (Êx 29.38-46). O modo aceitável de adorar ao verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser modificado por adorações segundo imaginações e invenções humanas ou sugestões de satanás nem sob qualquer outra maneira não prescrita nas Escrituras. Isso significa que toda criatividade humana deve estar submetida ao Espírito Santo. (Jo 15.26); (Jo 4.23-24)

Não devemos sair da posição que fomos orientados a ficar nela (Jr 35.1-8)
Um exemplo de pessoas que saíram da posição e encontrada em Mateus 20: 12-13, quando Jesus entrou no templo e expulsou os que ali vendiam e compravam e disse: “A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”. Está claro que Jesus Cristo estava tentando corrigir o problema e mostrou que é necessário que haja ordem na casa de Deus.

Assim, nada mais justo do que manter um comportamento digno de um servo de Deus, prestando atenção para que o culto tenha ordem e decência e que a reverência a Deus, dentro da casa dEle, seja um exercício constante. Medite em Habacuque 2: 20, que diz: “O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante Dele toda a terra”.
Tenha bem definido em seu intelecto: Culto a Deus não se assiste - se presta. Quem só assiste o culto é o visitante não cristão. É o seu caso? Não? Então você não assiste culto, mas você presta culto a Deus!
Não podemos nos acostumar com o culto na Casa de Deus (Templos) e banalizá-lo. Observe:

· Nadade e Abiú banalizaram e foram fuminados.

· Hofini e Finéias banalizaram e macularam. Perderam a arca e morreram

· O povo de Israel no deserto banalizou a presença da nuvem de dia e da coluna de fogo a noite e murmuram morrendo no deserto.

Orientações para os crentes

· Não esperar o culto começar para depois entrar na igreja.

· Não sentar na extremidade de um banco desocupado, de maneira a impedir a entrada de outros, nem ficar mudando de lugar. O primeiro ponto tira a sua atenção e no caso da mudança de lugar chama a atenção dos outros participantes do culto.

· Não entrar e nem se retirar durante uma oração ou leitura bíblica. Se tiver de entrar depois do inicio do culto, não parar para cumprimentar, entrar discretamente e tomar ali mesmo a resolução de não se tornar um retardatário habitual.

· Não ficar conversando na entrada ou nas dependências da igreja durante o culto nem passe o culto inteiro reclamando.

· Não sentar-se sem orar. Principalmente se for uma pessoa que exerça cargos na igreja.

· Não interromper a oração para dar alguma informação ao orador nem para passar.

· Não ficar de olhos abertos durante uma oração observando.

· Não movimentar-se. A oração é atividade básica da igreja (Mt 21.22; At 1.14).Os pais devem manter o controle de suas crianças, dando água e levando ao banheiro em casa. Evitar movimentação durante o culto, mesmo para resolver assuntos da igreja.

· Na hora da leitura da Bíblia, momento solene, de pé, sem movimentação e conversas. Durante a pregação, mostrar concentração e atenção reverente. (Ne 8.1-6). Não se deve ler a Bíblia em outro texto enquanto o preletor faz a exposição da Palavra.

O que acontece no culto cristão:

1. O povo de Deus se reuni para a adoração. Uma das mudanças mais significativas da cultura pós-moderna é a inversão que vem acontecendo na forma da celebração do culto. A razão de ser do culto é Deus. Reunimo-nos para adorá-lo; esta é a nossa condição básica como seres criados por Deus e para Deus. Somos seres adoradores. Porém, é visível a natureza cada vez mais antropocêntrica dos cultos modernos. Daí a quebra da reverência. Não estamos mais diante de Deus para adorá-lo, mas diante de um programa, uma atividade religiosa, cujo fim somos nós e não Deus”.(...)

2. Proclamamos a majestade do Senhor e seus feitos em nossas vidas através do nosso sacrifício de louvor (Hb 13.15) e declaramos a nossa esperança nas promessas que ainda se cumprirão.

3. A Palavra de Deus é aberta e ensinada, fortalecendo a nossa fé, firmando a nossa esperança, despertando em nós o amor divino e abrindo o caminho para o serviço enquanto aguardamos a sua vinda.

O culto é uma entrega.

No culto trazemos (e entregamos) um coração contrito, grato, humilde assim como as nossas ofertas e apresentamos tudo junto no altar de Deus. Para isso preciso estar concentrado nessa entrega que vou fazer. Necessito chegar antes do culto para sossegar minha alma, se possível, evito conversas antecipadas nem fico aflito procurando pessoas para dar recados. Meu corpo também deve sossegar e, em silêncio e oração, procuro realmente estar presente perante Deus naquele lugar de adoração.
No culto também devo permitir que os que ministram a mim possam, com a ajuda do Espírito Santo, me ajudar a conduzir meus sentimentos e entregá-los ao Pai. Às vezes você chega ao culto a fim de coisa alguma. Isso realmente acontece, mas se esforce e o Senhor honrará o seu esforço e derramará da sua graça sobre ti e você irá para casa cheio da presença de Deus.
Precisamos aprender com Maria a essência da reverência. Você se lembra o que ela falou ao anjo? Respondeu Maria: “Eis aqui a serva do Senhor; que se realize em mim tudo conforme a tua palavra”. (Lc 1.38ª)
Leia também: Ap 4.10-11 / Ap 15.3-4
Tenhamos reverência na presença do Rei da Glória e prestemos cultos dignos de verdadeiros adoradores

Cura

A Cura Divina
Mt 8.16,17 “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.”
a provisão redentora de deus
01) O problema das enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e., às conseqüências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que afetou a constituição física e espiritual do homem (Jo 5.5,14), e (b) Satanás (At 10.38; cf.Mc 9.17, 20.25; Lc 13.11; At 19.11,12).
02) A provisão de Deus através da redenção é tão abrangente quanto às conseqüências da queda. Para o pecado, Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade, Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15). Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as bênçãos do reino de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo (4.23,24).
a revelação da vontade de deus sobre a cura
A vontade de Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras principais nas Escrituras.
01) A declaração do próprio Deus. Em Êx 15.26 Deus prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos. Sua declaração abrange dois aspectos: (a) “Nenhuma das enfermidades porei sobre ti [como julgamento], que pus sobre o Egito”; e (b) “Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).
02) O ministério de Jesus. Jesus, como o Filho encarnado de Deus, era a exata manifestação da natureza e do caráter de Deus (Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno (4.23,24; 8.14-16; 9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de Deus na prática (Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de Deus curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo. M/p> 03) A provisão da expiação de Cristo. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16). O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do corpo.
04) O ministério contínuo da igreja. Jesus comissionou seus doze discípulos para curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino de Deus (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia de Pentecostes o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18; 1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O NT registra três maneiras como o poder de Deus e a fé se manifestam através da igreja para curar: (a) a imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17); (b) a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e (c) os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que devem cuidar desta “oração da fé”.
impedimentos à cura
Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:
·         (01) pecado não confessado (Tg 5.16);
·         (02) opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13);
·         (03) medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7);
·         (04) insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26; Jo 5.5-7);
·         (05) o povo (Mc 10.48);
·         (06) ensino antibíblico (Mc 3.1-5; 7.13);
·         (07) negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc 11.22-24; Tg 5.14-16);
·         (08) descuido da igreja em buscar e receber os dons de operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30; 6.8; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31; Hb 2.3,4);
·         (09) incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24);
·         (10) irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30). Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes dedicados (Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).
o que de vemos fazer quando em busca da cura divina
O que deve fazer o crente quando ora pela cura divina para si?
·         (01) Ter a certeza de que está em plena comunhão com Deus e com o próximo (Mt 6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16; ver Jo 15.7).
·         (02) Buscar a presença de Jesus na sua vida, pois é Ele quem comunica ao coração do crente a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp 2.13; ver Mt 17.20).
·         (03) Encher sua mente e coração da Palavra de Deus (Jo 15.7; Rm 10.17).
·         (04) Se a cura não ocorre, continuar e permanecer Nele (Jo 15.1-7), examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa.
·         (05) Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos (Tg 5.14-16).
·         (06) Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina (cf. At 5.15,16; 8.5-7).
·         (07) Ficar na expectativa de um milagre, i. e., confiar no poder de Cristo (7.8; 19.26).
·         (08) Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13).
·         (09) Saber que a demora de Deus em atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus tem em ente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória (cf. Jo 9.13; 11.4, 14,15,45; 2Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm 8.28).
·         (10) Reconhecer que, tratando-se de um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is 49.15,16).






O dever do Pastor

Os pastores e seus deveres
At 20.28: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar.
Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja.
O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor de uma igreja local.

PROPAGANDO A FÉ
·         (1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus.
Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9). (2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27).

Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (20.26; ver nota). Os pastores de nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
GUARDANDO A FÉ
Além de alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
·         (1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja de Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).
·         (2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26; Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (2Tm 1.14; Ap 2.2).
·         (3) É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2Tm 1.13,14).
·         (4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
·         (5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (12.5)